sábado, 5 de fevereiro de 2011

PRINCIPAIS ERROS COMETIDOS POR TRIATLETAS - PARTE 1

Erro número 1: Triathlon não é natação+ciclismo+corrida, e sim nataçãociclismocorrida.

À medida que nosso esporte cresce em termos de popularidade, os mesmo erros são cometidos por iniciantes na modalidade, a razão é uma combinação de falta de informação e sendo comum que às vezes é completamente equivocado quando se trata de triathlon.

Esse é o mais grave erro e a primeira coisa que deve ser considerada pelos atletas. Se você quer ser o melhor nadador possível, ter o pedal mais forte com seus amigos no final de semana, e ter um tempo bom na corrida rústica local de 10km, você pode até achar que sua performance específica em cada uma das modalidades isoladas, será transformada em resultado no dia do triathlon, mas na verdade, você poderia estar treinando de forma muito mais eficiente e específica.

A principal razão, é que as modalidades quando isoladas, requerem diferente técnica, diferente treino, e até mesmo diferente equipamento do que quando se trata das modalidades durante treinos e competições de triathlon.

Para nadar rápido na piscina, ter uma boa técnica é um pré-requisito básico, e para atingir isso, você vai precisar gastar metade de seu tempo em educativos, series de pernada, trabalhar alongamento para tornozelos e nadar outros estilos que vão desenvolver sua sensibilidade com a água. Isso seria aceitável, caso você pudesse passar 10 horas por semana na piscina, como a maioria dos nadadores, mesmo que amadores em equipes másteres, fazem.

Mas e os triatletas? Considerando que você tem apenas metade do tempo dos nadadores na piscina, pois precisa treinar também o ciclismo e a corrida, ou seja, nada duas ou três vezes por semana, em torno de uma hora, qual seria sua melhora se gastasse metade desse tempo em educativos, pernadas e séries de peito ou costas? Eu não estou dizendo que triatletas devem ignorar a técnica na água, mas quando falamos de natação no triathlon, precisamos consideras aspectos como águas abertas, roupa de neoprene, atletas do seu lado, ou seja, várias variáveis que irão determinar o tipo de técnica mais eficiente para o triathlon, específica para nosso esporte, ela é uma combinação de pouca pernada, elevado ritmo de braçadas, e o aspecto mais importante, força em sua puxada. Pense nisso em seu próximo treino de natação, onde você vai gastar seu tempo, tentando ficar com um estilo mais bonito, ou trabalhar em forma física e força, que é o que realmente irá melhorar sua performance na prova.

Com o ciclismo, a metodologia é a mesma. Todos nós sabemos dos feitos de ciclistas como Lance Armstrong, que pedala em uma cadência de 110 e parece nem estar fazendo força, dominou a principal prova de ciclismo do mundo, e a cadência foi sempre um ponto que chamou atenção, então todos atletas, ciclistas e triatletas começaram a copiá-lo, afinal, ele deve estar fazendo algo certo para andar tão rápido em cima de uma bicicleta.

Mas precisamos lembrar que o Lance não nadou forte antes de subir na bicicleta, que seus batimentos não estão perto do máximo, e o máximo que ele irá correr, é dos repórteres, nada de 10km ou maratonas a frente. Lembre-se que diversos ex-ciclistas profissionais, ex-participantes do Tour de France, participaram de provas de ironman, e com raríssimas exceções, eles fizeram tempos na bike intermediários em relação aos triatletas profissionais, e nunca conseguiram um resultado final de expressão.

Além da influência de ciclistas e da mídia, triatletas ainda tem que enfrentar os amigos dos longos no final de semana. Pedalar com cadência alta é uma cultura que por incrível que pareça, você vai ser questionado sobre sua cadência baixa, e vão tentá-lo convencer a todo custo de entrar para a “religião do spinners”, mesmo se você tiver a percepção (correta!) que pedalar com uma cadência mais baixa é mais natural, mais eficiente e você tem mais controle em conformo na bicicleta, em suas pernas, sistema aeróbico e mesmo assim consegue desenvolver uma velocidade decente.

Isso é exatamente o que estamos procurando em uma prova de triathlon. O ciclismo tem como objetivo, abaixar seus batimentos da natação e te levar a segunda transição em um tempo razoável, para que você saia pra correr com batimentos baixos, use um diferente estímulo de fibras musculares em suas pernas (mais descansado!) e pronto para correr o que você é capaz. Nada de ficar sem entender porque você corre tão bem em treinos, mas não consegue boa performance na corrida do triathlon.

E uma corrida boa no triathlon não significa correr rápido! Um bom triatleta amador corre dez quilômetros em quarenta minutos, esse ritmo é o aquecimento de corredores decentes, já nas provas de Ironman, fica tudo ainda mais claro, um excelente triatleta tem dificuldades de baixar da marca de três horas e trinta minutos na maratona, o que serve de alerta para você repensar o tipo de treino de velocidade necessário em seu programa, que deve ser em sua maioria, séries compensatórias dos treinos longos, que irão desenvolver eficiência no ritmo e técnica da corrida no triathlon.

Portanto, na próxima vez que pensar em ajustar sua técnica em algumas das modalidades, ou iniciar um diferente programa de treinamento, tenha certeza que não é algo isolado e que considere a realidade e requisitos do triathlon, afinal o que realmente conta é o tempo que aparece em sua foto de chegada!

Vinícius Santana – ironguides

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

LEANDA CAVE FALA SOBRE 2010 E 2011

A britânica Leanda Cave começou no Triathlon e logo se tornou campeã sub-23 européia em 2001, e campeã mundial de Triathlon Olímpico, em Cancun (México), no ano de 2002. Os anos seguintes foram marcados por várias disputas no circuito olímpico da ITU (International Triathlon Union). Em 2003, uma séria lesão a tirou das disputas por uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2004, em Athenas, sonho que permanece na carreira da atleta. Em 2005, começaram as provas de longa distância e, em 2007, veio o título mundial de longa distância da ITU. No mesmo ano, a atleta foi 3º lugar no Mundial de Ironman 70.3 e 8º em sua primeira participação no Mundial de Ironman, no Havaí.



                               Cave, campeã mundial em 2002 - Foto: Triathlon.org

Nos anos seguintes, Cave manteve a regularidade, deslanchando em 2010, onde a atleta conseguiu resultados expressivos, incluindo as vitórias no 70.3 de Miami, no 70.3 da Flórida e no Escape from Alcatraz; o segundos lugares no Mundial de 70.3 e no Triathlon de Abu Dhabi; o terceiro lugar no Ironman Arizona; e a 10ª colocação no Ironman do Havaí, em Kona. Esses resultados fizeram com que a atleta assumisse a liderança do ranking classificatório para o Ironman do Havaí. Aproveitando o início da temporada, nosso editor Wagner Araújo conversou com Leanda sobre sua carreira e o que está por vir este ano.

MundoTRI: Leanda, conte-nos um pouco sobre suas impressões do Havaí no ano passado. Por exemplo, você acredita que poderia ter forçado um pouco mais?

Leanda Cave: Eu não estava em um dos meus melhores dias. Eu tive um pouco de overtraining nas semanas antes da prova e acabei lutando muito contra isso no dia da disputa. Eu também tive que ir ao banheiro (nas moitas) 8 vezes a partir do quilômetro 21, e paguei o preço perdendo várias posições na prova.

MundoTRI: Você teve uma série de grandes provas no final de 2010. Como você se preparou para eventos tão difíceis quanto Kona, Ironman Arizona, Clearwater e o 70.3 Miami?

Leanda Cave: Eu voltei a treinar logo na quarta-feira depois de Kona e descansei bastante entre essas provas. A base que eu tinha da preparação para o Ironman do Havaí ajudou muito, mesmo eu tendo quebrado no final dessa prova. Os benefícios do treinamento, na verdade, só apareceram nas outras provas nas quais competi.


                                                                     Foto: Triathlon.org

MundoTRI: Para você, qual foi sua melhor prova no ano passado?

Leanda Cave: Eu tive muitas provas no ano passado. Diria que o segundo lugar em Abu Dhabi me surpreendeu muito. Eu não entrei na prova com muita confiança, mas tive um ótimo dia. Mas sempre penso na vitória do Escape from Alcatraz e no segundo lugar no Mundial de 70.3.

MundoTRI: Você estava costumada a correr 10km em um ritmo forte, devido a seu background das provas da ITU. Como esse background tem ajudado você nas provas de longa distância?

Leanda Cave: Eu ainda faço vários treinos de velocidade, porque é isso que mantém minha velocidade, mesmo em provas de longa distância. A questão é que esses treinos agora são maiores. Então eu ainda consigo correr 10km decentes, mas a meta é correr uma maratona rápida. Eu ainda não estou nesse ponto, mas chegarei lá aos poucos.

MundoTRI: E qual a diferença entre as provas da ITU e os eventos de Ironman 70.3 para você?

Leanda Cave: Eu sempre acho que as provas de 70.3 são piores, já que o vácuo é proibido, a velocidade é praticamente a mesma, mas duram bem mais. As provas da ITU são mais fáceis, pois tudo se decide na corrida. No 70.3 você tem que se preocupar com a alimentação. Eu não costumava comer e beber muita coisa nas provas de Triathlon Olímpico. Quando eu podia, tomava um gel, mas a maioria das vezes eu não tinha tempo para isso. Nas provas de Ironman 70.3, eu sei que tenho que me alimentar ou não chegarei até o final.


                           Cave na chegada do Ironman do Havaí - Foto: MundoTRI.com.br

MundoTRI: Se você pudesse mudar alguma coisa no ano passado, o que mudaria?

Leanda Cave: Eu não mudaria muita coisa, mas faria mais trabalho de musculação na academia. Eu não fiz muito isso no ano passado.

MundoTRI: O que você está planejando para 2011, quais provas?

Leanda Cave: Eu estarei novamente em Abu Dhabi, no Escape from Alcatraz, Kona, Ironman Arizona e no Mundial de 70.3, como ano passado. Este ano também competirei no Mundial de Longa Distância da ITU, no Ironman Texas e no Galvestone 70.3.

MundoTRI: Quando veremos você correndo no Brasil?

Leanda Cave: Eu nunca estive no Brasil e sempre quis correr aí. Em um ano, eu tinha uma passagem para correr uma Copa da Mundo da ITU, mas a prova foi cancelada, então eu nunca estive no país. Com sorte, eu estarei aí em breve.

MundoTRI: Alguma coisa que queira dizer para os triatletas brasileiros?

Leanda Cave: Tudo de bom na temporada 2011. Eu mal posso esperar para ir ao Brasil e encontrar todos vocês em uma prova!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

OS SUPERATLETAS DE SIERRA MADRE

Vídeo interessante sobre os índios Tarahumaras de Sierra madre, Chihuahua, México.


EQUILIBRE-SE

Dores nas costas resultam de vários desajustes do corpo - má postura é apenas uma das causas do problema.






* Por Natália Dourado


Má postura, excesso de peso, descompensação muscular, joelhos desalinhados e pisada com desnível. Essas são algumas das causas da dor nas costas, conhecida também como lombalgia. Geralmente o problema se manifesta como uma dor difusa na região baixa da coluna vertebral, próximo à cintura e acima das nádegas. “A dor se dá na região lombar da coluna. No início pode ser leve, mas se não for tratada, pode aumentar muito e se tornar um problema mais grave”, afirma José Rubens D´Elia, diretor técnico da assessoria esportiva que leva seu nome.

A pessoa que tem dores nas costas sente a coluna travada, anda com o corpo rígido ou encurvado e pode apresentar pontadas de dor ao realizar pequenos movimentos. Segundo o ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein, Flavio Murachovsky, 80% da população sofre de dores nas costas e o problema é defeito constitucional : “A coluna é um sistema que já nasce falido”, explica ele. “Ela é torta e, assim, estamos propensos a sentir dores na região lombar.” E, como a corrida é um esporte de impacto, os cuidados com a coluna devem ser redobrados.

Para evitar problemas mais graves, como lesão ligamentar, hérnia de disco e artrose, Murachovsky aconselha a fazer alongamento no início e no fi m da corrida, usar tênis que absorvam o impacto e manter uma rotina de treino compatível com o limite do corpo. “Correr joga impacto sobre a coluna e por isso é fundamental que a pessoa faça um fortalecimento muscular global. O corpo todo precisa estar em equilíbrio para não sobrecarregar a coluna, o que alivia a região das costas”, explica o ortopedista.

O equilíbrio muscular também é a melhor forma de prevenção das dores nas costas para o técnico José Rubens. Corredores com pernas fortes, joelhos alinhados e postura ereta conseguem correr mais e com menos esforço do que aqueles que possuem algum desequilíbrio no corpo. “Minha dica é checar constantemente a postura durante a corrida, já que, se estiver errada, provocará dor nas costas”, diz Rubens. “É importante ainda tomar cuidado com o peso. Durante a corrida pesamos oito vezes mais. Isso se reflete no joelho e na região lombar.”

Não é um exercício isolado que vai resolver as dores nas costas. “A lombalgia vem de problemas no alinhamento postural, no impulso, nos joelhos, entre outros fatores”, esclarece a doutora Clarice Tanaka, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ela recomenda que a pessoa procure ajuda médica para poder diagnosticar o que exatamente está provocando as dores, principalmente no caso daqueles que saem do sedentarismo total e começam a correr sem o acompanhamento de profissionais do esporte.



Sentado, mantendo a postura, ou em pé, com os joelhos levemente dobrados,
entrelace os dedos das mãos e estique os braços lentamente para frente, na altura dos ombros. Mantenha por 15 segundos.



Deitado, estique os braços, mãos e dedos acima da cabeça, com pernas, tornozelos, pés e dedos apontando para baixo. Mantenha por 20 segundos.

CONHEÇA OS SEGREDOS DA MENTE CAMPEÃ

                                                             
O que faz atletas com características físicas e condições de treinamento semelhantes apresentarem desempenhos diferentes? O que faz com que atletas favoritos não consigam atingir seu auge em Jogos Olímpicos (lembra dos brasileiros em Pequim?) ou competições importantes? O que faz alguém conseguir suportar um Ironman, um Ultraman ou um Deca-Ironman?


Para responder essas perguntas, o PhD Stephen Long conduziu uma pesquisa de mais de 20 anos com vários atletas e equipes de elite mundial em diversos esportes diferentes, entre eles grandes campeões olímpicos. O resultado dessa pesquisa foi transformado em seu livro espetacular, LEVEL SIX PERFORMANCE.

O Doutor Long descobriu que a alta performance dos atletas exigia o equilíbrio entre três pontos: 1) Inteligência para aproveitar seu potencial; 2) Conhecimento sobre seu corpo e seu esporte; 3) Uma forma peculiar de pensamento sobre sua vida no esporte. Perceba que ele sequer menciona a condição física, pois esse é um PRESSUPOSTO do atleta.

Sua pesquisa mostrou que somente 2% dos atletas (amadores e profissionais) conseguiam atingir o nível máximo de performance, o Nível Seis. Todos esses atletas tinham algo em comum: a forma de pensar e encarar o esporte, tanto na preparação para as competições, quanto durante as competições. Esses pensamentos geram hábitos e habilidades não encontradas em outros atletas na pesquisa.

Essa forma de pensar foi sumarizada em 11 princípios simples, que podem fazer muita diferença em sua performance:

1. Aprendizado sobre ignorância: atletas de ponta não se lamentam com problemas ocorridos durante treinos e competições. Aprenda com a diferença entre o esperado e o ocorrido;

2. Simplicidade sobre complexidade: mantenha as coisas simples, não tente implementar fórmulas mirabolantes de alimentação, treinamento, descanso. Além de aumentar o risco de alguma coisa sair errada, coisas complexas costumam tomar tempo e gerar stress.

3. Proficiência sobre incompetência: atletas de alto desempenho NUNCA estão satisfeito com sua performance, pois sabem que podem melhorar. Além disso, essa é a principal motivação para manter um nível de excelência.

4. Excelência sobre mediocridade: mantenha as coisas simples, mas faça da melhor forma possível. Em alguns esportes os atletas de primeira linha conseguem criar suas próprias técnicas, como na natação, mas só a utilizam quando estão excelentes, independentes da visão tradicional e seguros.

5. Processo sobre resultado: esse princípio se resume em uma frase: gostar mais de treinar do que de competir. Imagine os treinos para o Ironman, ninguém vai te dar uma medalha e não haverá pessoas gritando nos seus treinos longos de 6horas de bicicleta no domingo de manhã. A paixão pelo processo para se atingir a performance é fundamental.As chances de sucesso são mínimas se não há prazer.

6. Progresso sobre deterioração: os grandes atletas sabem quando competir, não são afoitos para participar de tudo, pois sabem que isso pode minar seu desempenho. A mesma idéia se aplica aos treinos, não adianta transformar todos os treinos em pequenas competições contra seus colegas, você estará se deteriorando, especialmente no triathlon.

7. Decisão sobre vacilo: campeões em vários esportes são determinados, eles não acordam ás 05:00 e ficam pensando se devem treinar ou não, eles levantam e treinam. Neste ponto, basta fazer o que tem que ser feito. Já aconteceu de você acordar de manhã e vacilar sobre o treino? Aí você decide treinar no final da tarde, mas acontece alguma coisa…

8. Equilíbrio sobre extremismo: grandes atletas não são radicais, eles conseguem equilibrar outros prazeres com o esporte. A chave aqui é o equilíbrio. Você não precisa comer uma torta de chocolate todos os dias, mas você pode comer alguns pedaços esporadicamente, de acordo com seu programa de treinamento. Long afirma no livro que todos os atletas que seguem uma base extremista acabam se sentido frustrados e pouco recompensados.

9. Eficiência sobre desperdício: sempre questione COMO você está fazendo para obter melhores resultados. Isso é especialmente sensível na natação. Onde a técnica representa muito mais do que seu preparo físico. Atletas de longa distância sabem que eles precisam ser eficientes.

10. Confiança sobre a dúvida: os maiores campeões olímpicos já falharam algum dia, mas não desistiram por causa disso. Não faça um dia ruim se tornar uma vida ruim, esteja sempre confiante.

11. Humildade sobre arrogância: todos conhecem o velocista americano Tyson Gay. Alguns meses antes das Olimpíadas de Pequim, Tyson se auto-proclamava imbatível. Ele sequer chegou á final dos 100m livres.

Os estudos de Stephen Long foram incorporados por diversos atletas e técnicos, incluindo o brasileiro Bernardinho, que defende seus métodos em SEU EXCELENTE LIVRO. Agora é hora de incorporá-los ao Triathlon.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

OS TIPOS DE TREINOS QUE MELHORAM OS RESULTADOS

O treinador Miguel Sarkis fala sobre as fases de preparação para bons resultados na corrida
                                                        
*Por Miguel Sarkis

Todos nós queremos um dia realizar os tempos e as distâncias que poucos conseguem, além de ter no corpo a sensação de bem estar e domínio do ritmo e das distâncias da corrida. Mas o que faz a diferença entre um corredor que corre mais e outro que corre menos?

Correr rápido e por longas distâncias depende de alguns fatores que descreverei a seguir:

Resistência para correr longos é quando a facilidade está estampada no sujeito. Ele corre e mal se cansa, domina muito bem a técnica de correr. É bonito de ver, pois corre e parece que nasceu para aquilo;

Resistência para subir e descer: é quando você passar por uma sequência de subidas e descidas e sente que, apesar de manter a velocidade, suas forças não diminuem. Isso significa que sua resistência está boa e você poderá encarar mais treinamentos pesados e participar de provas, sem sustos.

Velocidade de resistência: Se você já corre os dez quilômetros entre 31 e 35 minutos então está com a sua velocidade de resistência bastante melhorada. Se os cinco quilômetros saem para 15 minutos até os 17 minutos, então você está de fato muito veloz.

Existem três tipos de corredores no mundo:

Corredor predominantemente resistente

Dificilmente será veloz. Mesmo que treine, sua natureza talvez não esteja para maior contratilidade muscular e, portanto, será sempre mais lento (resistente), do que rápido. Seu organismo permanece em equilíbrio, apesar dos quilômetros percorridos. Mantém-se em Stady State (equilíbrio entre o oxigênio inalado e o oxigênio necessitado.

Corredor que é muito veloz

Se desejar e treinar, estes tipos de corredores serão muito resistentes também. Sua musculatura é de alto poder de contração, explosiva, e permite ao portador prática de corrida em altas velocidades. A resistência aeróbica é um recurso do metabolismo humano, atribuído a qualquer tipo de corredor. Se este tentar ser resistente, sim, isso é possível. .

Meio Fundista (Corredor Veloz e Resistente):


Um tipo que combina as duas condições orgânicas e consegue correr provas em distâncias médias, muito rápido e resistente, como é o caso das provas de 1500 metros até os três mil metros. O organismo destes corredores suporta esta combinação, pela ressíntese rápida do ácido láctico, que predispõem o corredor a suportar a barreira da velocidade e da resistência. Dificilmente será um corredor muito veloz e, tão pouco, será especialmente resistente.

O que esperar da minha corrida?

Para os corredores com menos de quatro anos de treinos, dificilmente serão mais rápidos e velozes, a menos que seus organismos sejam determinados geneticamente; sendo assim, eles já nascem velozes, resistentes e só algumas sessões de treinamento serão suficientes para torná-los corredores destacados.

É necessário que todos os corredores desenvolvam seus organismos, a base de treino, durante os quatro anos iniciais, para aprimorar o metabolismo, fortalecer músculos e ligamentos, desenvolver melhor as condições de propriocepção e estabelecer alguma forma de estratégia que o favoreça em provas e treinamentos.

As fases que devemos esperar e amadurecer: Melhorar a resistência orgânica geral (sentir que não se tem mais o desânimo costumeiro), o aumento da velocidade e a diminuição de volume corporal, será o sinal clássico de avanços.

Quais os tipos de treinos que devemos priorizar?

Resistência física geral (exercícios de fortalecimento) (um a quatro anos de treinos);

Resistência para distâncias maiores (2º ano em diante);

Propriocepção e Coordenação (primeiras semanas);

Velocidades progressivas (seis meses);

Velocidade de resistência (seis meses em diante de treinamentos);

Emocionalmente Diante do esforço físico:

Podem-se notar algumas formas de comportamento. As pessoas, quando estão sob pressão emocional, podem render menos ou mais. Claro que situações são estabelecidas na primeira experiência com a corrida e se for muito boa, a resposta será a dedicação aos treinamentos e provas. As experiências negativas estão atribuídas a experiências pouco profissionais de quem nos criou e, por tal motivo, podemos desenvolver nossos medos e rejeições.
As experiências positivas passam-nos a coragem e a determinação que nos foi oferecida através de brincadeiras e atribuições enquanto somos crianças. Então, antes de exigir muito além do que seu corpo e sua mente podem, por que não procurar o apoio técnico de médicos, professores, psicólogos e nutricionistas?

Boas experiências e bons treinos

*Miguel Sarkis é Personal Trainer há 33 anos com Certificação Técnica de Atletismo pela IAAF e diretor técnico da assessoria esportiva Miguel Sarkis; Formação para Técnico em Atletismo; Especialização em Obesidade, Cardiopatas e Idosos; Desenvolve programa de qualidade de vida para pessoas de baixa renda na USP Leste (projeto Periferia Legal), e é autor do Livro: A Construção do Corredor – Editora Gente. Para acompanhar Miguel Sarkis: blog.miguelsarkis.com.br

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ALIMENTOS TERMOGÊNICOS

Alguns alimentos ajudam a aumentar a temperatura corporal e, consequentemente, aceleram o metabolismo e a queima de gordura
                                                                  
*Por Priscila Di Ciero
Os alimentos termogênicos são aqueles que consomem maior quantidade de energia e calorias para realizar a digestão. Eles possuem a capacidade de aumentar a temperatura corporal e acelerar o metabolismo, podendo ajudar na queima de gordura corporal.

A variedade dos alimentos apontados como termogênicos é imensa. Não existe recomendação estabelecida sobre a quantidade a ser ingerida, mas existem algumas indicações, e um Nutricionista pode ajudá-lo.

Gengibre, pimenta vermelha e chá verde estão entre os termogênicos mais conhecidos! Além da substância cafeína (presente no café, no mate, etc.), guaraná em pó, aspargos, vegetais fibrosos (brócolis, acelga, couve), gorduras vegetais, como a do óleo de coco, a gordura ômega-3 (presente em peixes de água fria, linhaça), o CLA – ácido linolêico conjugado – nutriente encontrado na carne bovina, na carne de peru e em laticínios - e a canela.

Algumas dessas substâncias podem, inclusive, estar presentes em suplementos voltados para esportistas e atletas, com intuito de melhorar a performance.

Porém, nenhum alimento faz milagre sozinho. É necessária a prática de atividade física regular associada a uma nutrição balanceada e adequada ao estágio de vida e rotina. Para garantir que a inclusão desses alimentos seja segura e eficiente, é necessário o acompanhamento de um Nutricionista, ok?

O exagero no consumo de alguns desses alimentos termogênicos pode levar ao surgimento de sintomas como: dor de cabeça, tontura, insônia e problemas gastrointestinais. Hipertensos, indivíduos com problemas cardíacos e que tomem algumas medicações devem redobras os cuidados!!!

Fique esperto! Boa dieta & bons treinos!

*Nutricionista paulistana formada em 2001, Priscila Di Ciero é especialista em nutrição esportiva, com cursos de extensão em nutrição funcional, estética e suplementação. É membro do Departamento de Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira. Atualmente, presta consultoria a restaurantes, escolas e empresas, além de atender em consultório e, quando necessário, nas residências dos clientes. Acesse o site: www.prisciladiciero.com.br

O NOVO REI DA DISNEY

Conheça um pouco da história de Fredison Costa, atleta profissional há apenas cinco meses e que venceu a Maratona da Disney em sua segunda participação


Por José Braga

Em 1993, Fredison Costa era mais um nordestino que veio para São Paulo em busca de uma oportunidade de trabalho. Sem qualquer ligação com o esporte, ele era responsável pela irrigação de uma lavoura. Passava o dia correndo de um lado para o outro, abrindo e fechando registros. Talvez esse fosse o indício do que estava por vir. Hoje Fredison é respeitado no meio da corrida e já disputou grandes maratonas - como Buenos Aires e Berlim -, foi vice-campeão da Maratona da Disney em 2010 e surpreendeu ao vencer a mesma prova em 2011. Conheça a trajetória desse atleta de 33 anos, que tornou-se profissional há apenas cinco meses e já traça objetivos mais altos.
O2 Por Minuto- Como você começou na corrida?
Fredison Costa - Eu cheguei em São Paulo em 1993 para trabalhar na lavoura. Eu corria para abrir um registro ou para fechar outro. Sem saber já era atleta. Em 1998 conheci o atletismo, me formei em educação física e virei personal trainer. Trabalhando como personal, me disseram que tinha potencial para correr maratonas.
O2 Por Minuto- Você tem algum ídolo na corrida? Ou alguém que tenha se espelhado no começo de carreira?
Fredison Costa – Os ídolos nos motivam a continuar no esporte e não desistir. Os meus são: Vanderlei Cordeiro de Lima, Ronaldinho e o Marilson. São neles que me espelho e tento fazer a minha história, com belos exemplos que eles dão.
O2 Por Minuto- No ano passado você chegou na segunda colocação na Maratona da Disney. O que você mudou na preparação para correr este ano?
Fredison Costa - Mudei meu treinamento há cinco meses, quando comecei a treinar com Irineu Loturco Filho. Ele implementou um método espanhol que diminui o volume de treinos e os deixou mais intensos. Mas acredito que a grande mudança foi psicológica. Esse ano eu estava com mais vontade de vencer, queria muito a coroa do Mickey.
O2 Por Minuto- Por que decidiu correr a Disney novamente? Gostou da experiência anterior?
Fredison Costa - Mesmo chegando em segundo lugar no ano passado, o público me pedia autógrafo, o tratamento era ótimo e recebi alguns convites para retornar à cidade. Me senti bem quisto pelas pessoas e organizadores da prova, mas o que mais me motivou mesmo foi querer a coroa do Mickey.
O2 Por Minuto- Como foi a prova? Sentiu alguma dificuldade no percurso?
Fredison Costa - A prova foi sensacional. Eu estava muito concentrado desde cedo. Eu treinei o meu psicológico para a prova. No décimo quilômetro eu fiquei assustado, pois os líderes abriram 600 metros em relação ao pelotão que eu estava, mas depois do quilômetro 11 eu aumentei o ritmo e tirei a diferença. No quilômetro 15 eu já liderava e a partir desse momento consegui abrir uma boa diferença.
O trajeto é dentro dos parques da Disney, o público apóia o tempo todo. Durante o percurso você vê um personagem da Disney em cada esquina. Depois que abri vantagem em relação ao segundo colocado, consegui apreciar o cenário.
O2 Por Minuto- Qual sua sensação ao cruzar a linha de chega em primeiro? Esperava por essa vitória?
Fredison Costa - Apesar de não estar bem fisicamente, eu esperava muito essa vitória. Quando foi dada a largada eu já imaginava chegar em primeiro. Eu sentia que a vitória era um resultado possível, pela minha concentração e treinamento.
O2 Por Minuto- Conhece o Adriano Bastos pessoalmente? Vencer a prova da qual ele venceu sete vezes com ele participando tem um gosto especial?
Fredison Costa - Nós já nos encontramos em algumas provas. Temos uma relação bem respeitosa. Isso é importante pra mim, ele é considerado o Rei da Disney, o reconhecimento pela vitória é maior com ele participando da prova.
O2 Por Minuto- A vitória na Disney foi a maior de sua carreira? Que outras provas guarda com carinho?
Fredison Costa - Sou profissional há cinco meses. As maratonas que participei foram importantes pra mim – a de Berlim e de Buenos Aires. Mas a Disney não é simplesmente uma maratona e sim um momento mágico, pelo lugar em que nós corremos e pelo clima da torcida. É algo bem diferente do que se encontra nas provas pelo mundo.
O2 Por Minuto- O seu resultado na Disney foi o seu melhor tempo em maratona (2h21min15s), você já tem uma programação para baixar esse tempo?
Fredison Costa - Esse foi o meu melhor tempo. Meu planejamento é baixar o meu tempo em 6 minutos.
O2 Por Minuto- Quais são os planos para o ano de 2011?
Fredison Costa - Ainda não definimos, preciso sentar e conversar com o meu técnico e equipe para decidirmos que caminhos seguir, mas provavelmente eu correrei a Maratona de Paris para trabalhar a velocidade. Como disse anteriormente, um dos meus objetivos nesse ano é baixar o meu tempo.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

THE TARAHUMARA RUNNER

Assista esse vídeo sobre os incríveis corredores Tarahumaras, de sierra madre, Chiuhauhua, México.

O NEGRO QUE PEITOU HITLER

Jesse Owens não se abateu pelo preconceito racial, levou quatro ouros nas Olimpíadas de Berlim e fez o líder nazista se retirar do Estádio Olímpico em 1936




Por Nanna Pretto

O objetivo dos Jogos Olímpicos de 1936, na Alemanha, era muito mais do que a disputa pelas medalhas de ouro. Naquela época, importava mais a Adolph Hitler demonstrar ao mundo a superioridade da raça ariana, a raça pura, segundo ele. Os alemães só não contavam com o desempenho dos negros americanos. Das 14 medalhas de ouro conquistadas pelos Estados Unidos no atletismo, nove vinham de vitórias negras. Destas, quatro foram mérito de Jesse Owens, atleta nascido no Alabama, que fez Hitler abandonar o Estádio Olímpico, após subir no primeiro lugar do pódio pela terceira vez.

Owens ficou com ouro nos 100 m, 200 m e no revezamento 4 x 100 m. Além disso, teve o primeiro lugar no salto em distância. Pior do que cumprimentar um negro era vê-lo desbancando os alemães. Sim, na conquista do ouro no salto em distância, Owens deixou para trás o alemão Lutz Long, o maior de todos os saltadores em distância da Europa na época. Após a vitória nos 100 m, o terceiro ouro de Owens, o líder nazista deixou o estádio para não cumprimentá-lo.

Apenas nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, o atleta Carl Lewis conseguiu igualar o feito de Owens conquistando para os EUA quatro medalhas de ouro.

Após as conquistas de Owens, as pessoas em Berlim rejeitaram a publicidade nazista e fizeram do negro americano o herói dos Jogos Olímpicos. Em determinados momentos, durante as competições, Hitler, reconhecendo a óbvia superioridade atlética demonstrada por Owens, o chamou de “criado africano dos americanos”, porque ele não aceitava que um não-alemão pudesse possuir tantas qualidades físicas. Ainda mais quando se tratava de alguém da “sub-raça”, como o tirano se referia aos negros. Para Hitler, eles estavam apenas um degrau acima dos judeus. A resposta de Owens às afrontas nazistas veio com vitórias, em especial no salto em distância, quando estabeleceu a marca de 8,06 m, derrotando o alemão Lutz Long e fazendo Hitler abandonar o cenário olímpico.

Ovacionado por mais de 110 mil pessoas em Berlim e parado na rua para dar autógrafos, Owens não sofreu preconceito apenas na Alemanha nazista. Também nos EUA os negros não tinham os mesmo direitos dos brancos.

“Quando eu voltei para minha terra natal, apesar de todas as histórias sobre Hitler, eu não podia entrar no ônibus pela porta da frente e também não podia morar no lugar que eu queria. Eu não fui convidado a apertar as mãos de Hitler, mas também não fui à Casa Branca para apertar as mãos do presidente do meu país”, desabafou na época.

Neto de escravos


James Cleveland “Jesse” Owens, nasceu em 12 de setembro de 1913 na pequena cidade de Decatur, Alabama, mas mudou-se com a família para Cleveland, Ohio, aos 8 anos. Sétimo dos onze filhos de Henry e Emma Owens, JC era neto de escravos e filho de agricultores que pagavam o pedaço de terra com parte da colheita e produção familiar. O dinheiro era curto e o pai dele vivia sempre em busca de um emprego melhor. Ao chegar em Cleveland, JC foi matriculado em uma escola pública. No primeiro dia de aula, quando a professora lhe perguntou o nome, ela entendeu “Jesse”, em vez de JC. O “novo” nome pegou, e a partir daquele dia, o garoto passou a ser chamado de Jesse Owens.

A nova cidade não era bem aquilo que os pais de Owens esperavam e, por conta disso, o garoto fora obrigado a dividir o dia entre a escola e o trabalho. Ele foi entregador de mercadorias e auxiliar de sapateiro. Foi nessa época que Owens descobriu a corrida, esporte que mudaria a vida dele.

“Nós sempre nos divertimos muito. E nunca tivemos nenhum problema. Nós sempre comemos. O fato de a gente não ter um bife? E quem tinha bife?”, desabafou o campeão.

O talento de Owens foi descoberto por um professor de ginástica na escola. Quando o técnico Charlie Riley viu o desempenho do garoto nas pistas, logo o convidou para fazer parte do time de atletismo. Apesar de Owens não poder comparecer aos treinos após a aula, em função do trabalho de meio período, Riley se para ofereceu treinar o garoto pela manhã. Owens aceitou. “Toda manhã, assim como no Alabama, eu acordava com o sol, tomava café, até mesmo antes da minha mãe e irmãos acordarem e ia para a escola, no inverno, primavera e outono, tanto para correr como para saltar. Fazia isso pelo meu corpo e pelo meu técnico.”

“Eu sempre amei correr. É uma coisa que você faz por conta própria e tem total controle da situação. Você pode ir a qualquer direção, rápido ou devagar, brigando com o vento do jeito que você achar melhor.”

Disputa contra o preconceito


Muitas escolas e universidades tentaram recrutar Owens. A escolha foi pela Universidade de Ohio. Ali ele conheceu as mais bárbaras competições e não foi somente nas pistas. O preconceito racial, em 1933, era evidente, uma experiência difícil para um atleta iniciante. A Owens era solicitado que morasse fora do campus da faculdade, com outros afro-americanos. Quando viajava com o time, ele era obrigado a realizar as refeições em estabelecimentos destinados aos negros. O mesmo acontecia com os hotéis. Certa vez, um hotel para brancos aceitou hospedar os atletas negros. Desde que eles entrassem e saíssem pelas portas do fundo e usassem as escadas, em vez do elevador.

Como não tinha direito a bolsa de estudos, Owens usava, como sempre, tempo livre em empregos para se sustentar e a jovem esposa, Minnie Ruth Solomon. Foi ascensorista, garçom e trabalhou em livrarias. Todos os esforços valiam para poder praticar e cravar recordes nas competições.

“As batalhas que contam não são aquelas que trazem medalhas de ouro. O esforço é individual. A invisível, porém inevitável, luta que todos nós travamos é o que vale.”

Três recordes em 45min

Owens passou a semana que antecedeu as competições Big Ten, na cidade norte-americana Ann Arbor, do Estado de Michigan, em março de 1935, com uma forte dor nas costas em função de uma queda –ele rolou escada abaixo dias antes do evento. Técnicos e médicos questionavam se ele teria condições psicológicas de competir. Mas o atleta do Alabama recebeu os tratamentos necessários até o dia da prova e mostrou ao técnico Riley que ele estava bem para correr. A permissão foi apenas para as 100 jardas (91,44 m). Owens igualou o recorde mundial com o tempo de 9s4 e foi liberado por Riley para competir nas demais modalidades.

Assim, um ano antes de participar dos Jogos de Berlim, Owens estabeleceu mais três marcas mundiais, nas 220 jardas (em 20s3), 220 jardas com barreira (22s6) e salto em distância (8,13 m). Tudo em um intervalo de tempo de 45 minutos.

As Olimpíadas de Hitler

Após as conquistas universitárias, Owens percebeu que poderia ter sucesso no nível mais alto de competição. Assim, em 1936, lá estava o negro americano, na Alemanha, para participar dos Jogos Olímpicos de Berlim ou das “Olimpíadas de Hitler”, como ficaram conhecidas.

A organização foi a maior vitória dos alemães. O interesse nas Olimpíadas daquele ano era demonstrar a força do governo nazista. A imprensa, na época, relatou que o acontecimento foi fora do comum, acima do que foi visto em Los Angeles ou em quaisquer outros Jogos Olímpicos anteriores. Acima de tudo, as Olimpíadas de Hitler estavam ali para provar ao mundo que a raça ariana tinha o domínio. Mas Owens tinha outros planos. E ao fim dos Jogos, até fãs alemães clamavam pela vitória do negro americano.

“Por um instante, ao menos, eu fui a pessoa mais famosa do mundo.”

Jesse Owens foi o primeiro americano na história dos Jogos Olímpicos a ganhar quatro medalhas.

Após o grande mérito

“Quando voltei dos Jogos Olímpicos com minhas quatro medalhas, todas as pessoas batiam em minhas costas me cumprimentavam e queriam apertar minhas mãos. Mas ninguém veio me oferecer um emprego.”
Mesmo com o sucesso, a instabilidade financeira permanecia na família Owens. Infelizmente, naquela época, os Estados Unidos não ofereciam nenhuma ajuda de custo ao atleta, por causa de ele ser negro. Na tentativa de ajudar a família, Owens abandonou os estudos a um ano da formatura para correr profissionalmente. Por um período, ele competiu contra qualquer pessoa e até em disputas com cavalos, cachorros e motocicletas. A liga negra de beisebol sempre convidava Owens para competir contra cavalos puro-sangue em exibições especiais antes dos jogos.
Owens também aceitava convites para discursar em eventos públicos. De fato, ele era tão admirado que começou, por conta própria seus próprios eventos públicos ao abrir em empresa de relações públicas.

A Segunda Guerra Mundial (entre 1939 e 1945) interrompeu a carreira olímpica de Owens. Quando os Jogos voltaram a ser disputados em 1948 em Londres, ele, então com 35 anos, já não corria competitivamente mais.

Em 1976, Owens recebeu do presidente Gerald Ford a mais alta condecoração que um civil norte-americano pode ter: a Medalha da Liberdade. O negro que desbancou Hitler morreu no dia 31 de março de 1980, aos 66 anos, em Tucson, com complicações em função de um câncer no pulmão.

Do casamento com Ruth, em 1935, nasceram as três filhas, Gloria, Beverly e Marlene. Atualmente, Ruth e Marlene cuidam da Fundação Jesse Owens que presta assistência financeira e suporte a jovens carentes.

Os feitos da lenda

- Owens foi o primeiro americano na história olímpica a conseguir quatro medalhas de ouro em uma única olimpíada.

- destacou-se com a marca histórica de três recordes mundiais no intervalo de tempo de 45 minutos, no campeonato americano “Big Ten”.

- O recorde no salto em distância, com a marca de 8,13 m estabelecido no Big Ten permaneceu com Owens por 25 anos.

- Em junho de 2006 a NCAA anunciou Jesse Owens como o terceiro atleta de maior influencia para os estudantes esportistas. O jogador de beisebol Jackie Robinson e o tenista Arthur Ashe ocupam as duas primeiras posições.

Ouros Olímpicos

Berlim, 1936 100 m 10s3

Berlim, 1936 200 m 20s7

Berlim, 1936 Salto em distância 8,06m

Berlim, 1936 4 x 100m 39s8

domingo, 30 de janeiro de 2011

Asics Noosa Tri 5



  por Wagner Araújo

  O Asics Noosa Tri é um tênis alusivo ao famoso Noosa Triathlon Festival, que acontece em Queensland (Austrália),uma das três maiores provas do mundo na distância olímpica. Mais do que um tênis alusivo ao triathlon, esse é um tênis para o triathlon.
A primeira coisa que chama atenção no tênis é seu visual inovador e ousado, inspirado nos temas alegres e divertidos do Festival. Além de ter cores muito interessantes, o tênis pode ser facilmente encontrado na transição, o que é uma grande vantagem em provas cheias e que não utilizam o sistema de sacolas.
Quando olhamos para o Asics Nossa Tri 5 não parece se tratar de um tênis de competição, dada a estrutura do solado, com mais amortecimento. Porém, quando pegamos o calçado, vemos que ele é surpreendentemente leve. Para ser ter uma idéia, o Asics Hyperspeed 4, o mais leve da marca e considerado um dos melhores tênis de corrida do mundo, pesa 215 gramas o par. Já o Noosa Tri pesa 285 gramas, apenas 70 gramas a mais. Mesmo assim, ainda tinha a impressão de não ser um tênis de perfil baixo.



                                            Detalhe do acabamento interno



                                            Detalhe do cadarço de elástico


Essa impressão passou depois que fiz alguns treinos com o tênis. Nos treinos de velocidade o tênis mostrou uma resposta incrível, digna de um bom race flat. Fiz também um treino de 20 quilômetros com o tênis e o mesmo se mostrou bastante confortável para um tênis desse peso, com muita estabilidade. Essa estabilidade vem de um detalhe importante, o cabedal possui um design assimétrico de amarração muito bem bolado. O sistema de amortecimento é o consagrado I.GS. da Asics. Isso faz do Asics Nossa Tri um grande candidato para provas de Ironman e meio Ironman. E as provas curtas?



                                            A língua presa no cabedal permite até mesmo correr sem cadarço.



                                            Solado.


Por se tratar de um tênis específico para o triathlon, o Nossa Tri 5 tem um acabamento interno impecável, permitindo correr tranquilamente sem meias em provas curtas. Fiz dois treinos ritmados sem meia e meu calcanhar não apresentou nenhuma ferida (vejam a foto do detalhe do acabamento interno). O tênis é envolto com um mesh bem fino e permeável, o que permite a evaporação muito rápida da água e o mantém leve. Há ainda furos de respiração e vazão de água no cabedal, itens muito úteis em provas de triathlon.

Os detalhes foram realmente muito bem pensados. Por exemplo, a língua do tênis não fica solta, mas presa no cabedal, o que facilita muito na hora de calçar o tênis rapidamente, como acontece em provas curtas.

Outro ponto que me chamou a atenção: A Asics inclui um par adicional de cadarços de elástico nessa versão, a prova definitiva que é realmente um tênis específico para o triathlon. Eu, particularmente, uso elástico em todos os meus tênis, inclusive os do dia-a-dia, e isso me deixou muito, mas muito satisfeito.

Não é à toa que Reinaldo Colucci, um dos maiores triatletas brasileiros de todos os tempos, tem usado esse tênis.



                                         Reinaldo Colucci é um dos adeptos do Noosa tri


“Logo no primeiro treino que fiz com o Gel Noosa TRI eu pude sentir uma estabilidade e retorno da passada de uma maneira que a muito tempo não sentia em um tênis, apesar de uma aparência de um solado de perfil mais alto o par é extremamente leve. A durabilidade do tênis também impressiona, mesmo após algumas centenas de quilômetros rodados com mesmo par é possível reparar que tanto a estrutura de amortecimento quanto de propulsão continuam intactas, mantendo a sensação na passada idêntica a do mesmo calçado quando novo. Sem dúvida um tênis ideal para treinar e competir com qualidade.” – Reinaldo Colucci
A Asics conseguiu atingir uma excelente combinação entre peso e amortecimento em um tênis específico para triatletas. Trata-se também de um dos poucos tênis que permitem treinar e competir com qualidade, seja em provas e treinos curtos ou longos.
Já estava convicto que faria o Ironman deste ano com o Asics Hyperspeed, mas os testes com o Nossa Tri 5 me fizeram mudar de idéia, pois o benefício do conforto e resposta compensam, e muito, os 70 gramas a mais.
Especificações:
Asics Gel Noosa Tri 5
Código: T022N
Tamanhos: 7-12,13,14,15 (EUA)
Peso: 285g
Preço: R$399,00
MUNDO TRI

DICAS PARA MELHORAR O SEU PEDAL NO TRIATHLON

 

Todo esportista sabe que o treinamento é a base de uma boa prova. Por isso seguir algumas orientações e ter cautela durante o treino pode evitar lesões e melhorar o desempenho do atleta. Confira algumas dicas:

1ª – Faça um bom “bike fit” para que sua posição na bike fique confortável e você possa extrair o melhor de sua musculatura sem riscos de lesão.

2ª – Respeite a prescrição de treino feita pelo seu treinador, por exemplo, se a prescrição foi feita através da intensidade do esforço, permaneça na intensidade estabelecida, mesmo que tenha de rodar em um ritmo lento. Treinar sempre com intensidades altas limita a evolução de sua performance.

3ª – O aquecimento é fundamental antes de iniciar seu treino, pois com ele é possível aumentar a temperatura corporal, lubrificar as articulações, elevar a freqüência cardíaca e a circulação sanguínea. O aquecimento pode durar de 5 a 15 minutos dependendo do objetivo do treino, quanto mais intenso o treino maior deve ser o tempo de aquecimento.

4ª – Comece a utilizar marchas mais pesadas e cadências menores (70-80rpms), isso fortalecerá suas pernas e fará com que seus batimentos cardíacos não subam tanto quanto se estivesse girando mais rápido. Se você estiver treinando em uma bike de triathlon ou contra-relógio, procure se manter a maior parte do tempo no clip, pois nessa posição estará poupando a musculatura que usará posteriormente na corrida. Com essas duas medidas você poderá sair para correr em melhores condições!

5ª – Sempre que possível faça seu treino de natação antes do treino de ciclismo. Com certeza seu corpo responderá ao treino de ciclismo de forma diferente, pois parte de suas reservas energéticas já foram utilizadas. Lembre-se que no triathlon você sempre pedalará depois de ter nadado!

6ª – Relate seu treino com os dados obtidos, como tempo, distância, percepção de esforço, temperatura, umidade, horário do treino, fatores de estresse, entre outros, quanto mais informações do seu treino, melhor para seu treinador avaliar e prescrever de maneira mais fidedigna seu treinamento. Tenha sempre um diário de treino!

Rodrigo Tosta, Coach – Rio de Janeiro, BRASIL