sábado, 26 de março de 2011

PRÁTICA ESPORTIVA E DOR

Este texto baseia-se numa conversa que tive com um amigo corredor. Ele falava, com muita naturalidade: “Renato, acredito que todo esportista deva praticar sua atividade com alguma dor. Eu aprendi a conviver com a minha”. Pensei um pouco para responder e disse: “Desculpe desapontá-lo, mas eu não sinto dor ao correr, jogar futebol, etc.” Ele me olhou como se eu estivesse mentindo, mas eu o convenci a procurar um médico para investigar a causa de suas dores.
Não estou me referindo àquela dor muscular tardia, que acontece num intervalo entre 24 e 72 horas após um treino, geralmente em maior intensidade ou período mais longo do que o esportista está adaptado. Essa tende a desaparecer completamente com o tempo. Quanto mais condicionado o praticante, menos freqüentes e severos são os episódios de dor muscular tardia. A dor a que me refiro é aquela que preocupa, pois indica a possibilidade de alguma lesão. Muita gente ignora esse sinal importante e continua praticando sua atividade. Em muitos casos, o indivíduo só toma alguma providência quando percebe que, além de incomodar, a dor está aumentando. E ainda assim, não raro, busca uma solução caseira, evitando a atitude mais inteligente e sábia: procurar um médico.

Já escutei muitos esportistas alegando o seguinte: “E se o médico me disser que terei que interromper minha atividade por um longo período?”. Sim, essa chance existe, mas, de acordo com os médicos do esporte, geralmente é possível continuar fazendo alguma atividade, ainda que com restrições.

A medicina pode diagnosticar a origem da dor e prescrever um tratamento que nos permita realizar exercícios sem sofrer. Identificar o que gerou a lesão provoca um comportamento mais saudável no praticante, o que certamente o ajudará a exercitar-se de forma mais adequada.

E uma área extremamente importante para um retorno seguro e saudável para o esporte é a fisioterapia. A reabilitação esportiva, realizada em parceira pelo médico e o fisioterapeuta, tem taxas altíssimas de sucesso.

Então, por que temer? Por que adiar a consulta e o tratamento? Lembre-se: postergar implica em continuar sentindo dor.

Será que isso vale a pena?

por Renato Dutra

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